A Voz da Bruxa
- Henry Barbosa
- 23 de abr.
- 3 min de leitura
“Não é com os lábios que se pronuncia a verdade, mas com a alma desperta. E toda Bruxa desperta ouve a sua própria Voz.”
A Wicca Algard reconhece que, antes de qualquer rito, grimório ou tradição, há um chamado ancestral que brota do centro do ser. Essa voz não ecoa de fora, mas vibra de dentro — como um sussurro antigo guardado no ventre da Terra, despertando no sangue de quem se lembra.
Essa é a Voz da Bruxa: uma força íntima, ancestral e imanente que pulsa junto ao coração da Natureza. Ela não vem de livros ou dogmas. Não é imposta, ensinada ou copiada. É ouvida no silêncio das florestas, no sussurro do vento entre as folhas, no brilho silencioso das estrelas. É sentida ao tocar a terra, ao olhar o fogo, ao ouvir o canto da água. A Voz da Bruxa fala a linguagem da Vida.

A Voz Interior e a Mágicka Autêntica
A voz da Bruxa é, antes de tudo, interior. É aquela sensação de que há algo mais além do que os olhos veem — e que esse “algo” não está longe, mas presente em cada coisa viva. A Wicca Algard ensina que a divindade não está separada do mundo: está imanente, pulsando no ciclo das estações, na dança dos elementos, no corpo e na alma da própria Bruxa.
Essa voz é, também, a fonte da mágicka verdadeira — aquela que nasce do autoconhecimento, da observação atenta da natureza, da escuta sagrada do próprio instinto. Quando a Bruxa ouve essa Voz, ela compreende que não há separação entre o sagrado e o cotidiano: tudo é rito, tudo é altar, tudo é oferenda.
Tradição Oral e Sabedoria Viva
Na Wicca Algard, não tratamos a sabedoria como uma série de verdades gravadas em pedra. Muito do que se aprende, aprende-se vivendo. A tradição oral, as histórias contadas ao redor do fogo, os conselhos murmurados pelos mais velhos ou pelas matas... tudo isso compõe a arte de ouvir — e de falar — como uma Bruxa.
A Voz da Bruxa é também a voz da linhagem, dos caminhos que vieram antes, das sacerdotisas que dançaram sob a Lua e dos feiticeiros que ergueram suas lâminas ao Céu noturno. Quando ela fala, fala por si — mas também por todos que caminharam antes dela. Essa voz transcende o tempo, porque vibra na essência do Ser.
O conhecimento vamos conseguir com livros, no coven, com nossos amigos da arte e sacerdotes e sacerdotisas — mas o conhecimento, este conseguimos com a experiência e natureza, no sussurro do vento, nas linhas de uma arvore, nas curvas de um rio...

O Chamado do Caminho
Ninguém se torna Bruxa por acaso. Mesmo quando se nasce sem referências, sem livros, sem nomes... a Voz chega. Chega como um incômodo doce, uma saudade sem lembrança, um desejo de buscar algo que nunca foi perdido, apenas esquecido.
Essa Voz sussurra perguntas:🌒 “Quem sou eu, de verdade?”🌕 “O que vibra em mim quando olho a Lua cheia?”🌘 “De onde vem esse impulso de tocar a terra e chamar pelos Deuses?”
Essas perguntas são o início do Caminho. Não há respostas prontas. Há vivências, ciclos, intuições. A Wicca Algard não se propõe a calar essa Voz — mas a ampliá-la e direciona-la. A criar espaços onde ela possa ecoar com mais clareza, segurança e profundidade. Cada feitiço, cada rito, cada sabá celebrado é uma forma de escutar — e de responder.
A Voz da Bruxa é Ato de Liberdade
Não há como seguir a Voz da Bruxa sem romper com as amarras da normatividade. Ser Bruxa é escutar a si mesma acima das imposições externas. É ousar viver com integridade mágica, mesmo que o mundo diga o contrário. É assumir a própria verdade com coragem.
A Voz da Bruxa é, portanto, um ato de liberdade. Uma invocação à verdade interior. Um retorno à fonte.
Na Wicca Algard, dizemos que não iniciamos ninguém em algo que ela já não seja, mas damos as ferramentas para que se lembre de seu potencial. A Iniciação é apenas o reconhecimento, o rito, a consagração de um caminho que começou muito antes — no instante em que a Voz foi ouvida, e a alma, enfim, disse: “Eu Sou.”
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