Sabbath - Litha

☀️
Litha

☀️LITHA — Solstício de Verão21 de Dezembro


☀️ O Reinado e o Começo da Perda Deusa: Mãe plena – Grávida da nova vida Deus: Rei Sol – Em seu auge e declínio sutil O Deus reina soberano, pleno de poder e luz, mas já começa a perceber a sombra ao longe. O Deus atinge seu poder máximo: ele é o Rei Sol, vigoroso, brilhante, protetor. Mas também é aqui que sua energia começa a declinar. O auge já é o começo do fim. A Deusa agora está grávida. Carrega dentro de si o ciclo seguinte e observa em silêncio o declínio do ciclo atual.

Mito e Narrativa: O Sol no Apogeu e a Semente do Que Vem

Litha marca o primeiro dia do verão e se situa entre Erelitha e Afterlitha no calendário germânico antigo e é um dos oito sabás neopagãos. O termo é usado especialmente no calendário Asatrú. No ápice do Sol, a energia solar encontra sua plenitude: flores, folhagens e relva tornam-se exuberantes, e o mundo manifesta abundância. Neste ponto da Roda do Ano o Deus Solar está em seu auge, forte, fértil, ativo e a Deusa acompanha-o em seu papel de Mãe plena, carregando já a semente do próximo ciclo dentro de si. Muitos mitos e tradições assinalam Litha como o momento em que a vida manifesta sua máxima força antes de começar sua lenta retirada; o balanceamento entre poder e declínio é central: o triunfo do sol traz abundância, mas também prenuncia a curva que o levará ao fim do seu reinado anual. Monumentos antigos, como o Stonehenge e outros círculos megalíticos, apontam e celebram essa relação entre o astro e a vida na Terra, marcando o nascer do Sol em alinhamentos cerimoniais que conectam humanos e céu.

🕯️ Celebrações Wiccanas

As celebrações de Litha enfatizam o fogo, a exaltação solar e a gratidão pela abundância presente. Em covens, costuma-se acender grandes fogueiras, cantar e dançar ao redor do fogo, plantar coroas florais, e corar altares com símbolos solares, frutas e flores. Muitos grupos realizam rituais ao ar livre nas primeiras horas da manhã para saudar o Sol nascente — a energia do dia é consumida e oferecida em agradecimento. Práticas populares: • Acender fogueiras e pular sobre elas para purificação e sorte. • Recolher ervas medicinais ao nascer do dia e consagrá-las ao Sol. • Fazer oferendas de mel, frutas e pão ao altar solar. • Saudações ao Sol (yoga/saudação solar) ao amanhecer como prática devocional. Celebrar Litha também pode ser íntimo: montar um altar de verão com conchas, girassóis, velas amarelas, mel e frutas; preparar um chá do sol; ou simplesmente passar o dia ao ar livre com entes queridos, reconhecendo a generosidade do calor e da luz. Muitas comunidades resgatam festas populares (como as de São João na Europa) e as entrelaçam com ritos pagãos, em uma celebração que mistura profano e sagrado.

🌿 Correspondências Mágickas

Cores: Azul, marrom, vermelho, amarelo, laranja, verde e branco — com destaque para tons quentes e dourados que evocam o Sol e a abundância estival.

Elementos: Fogo e Sol em evidência; Terra e Ar sustentam a fertilidade e o florescer. A água aparece nas práticas de purificação e banhos sagrados.

Plantas e Ervas: Camomila, funcho, lavanda, artemísia, tomilho, verbena, rosa, girassol, erva-de-são-joão, louro, cravo, madressilva, pinho, ervas cítricas. Muitas destas ervas são colhidas na véspera ou na manhã de Litha por acreditarem captar a força máxima do Sol.

Cristais e Pedras: Âmbar, olho-de-tigre, ágata, alexandrita, fluorita, pedra-da-lua, jade, pérola e pedras douradas/claras que armazenam luz e vitalidade.

Animais: Borboletas, pássaros, abelhas, cavalos e outros animais ativos sob o Sol; simbolizam fertilidade, movimento e doçura da estação.

Símbolos: Roda solar, girassol, conchas (para bruxas do mar), abelhas e favo (mel), rodas de fogo, coroas de flores, e qualquer ícone do Sol e do calor. O fogo e a roda são recursos visuais e ritualísticos centrais.


🍲 Alimentos e Bebidas Típicas

As mesas de Litha celebram frutos do Sol: frutas frescas e secas, pães com mel, tortas e pratos leves que exaltam a safra da estação. Bebidas geladas e refrescantes, chás solares e hidroméis entram em comunhão ritual e festiva.

Itens típicos: • Frutas da estação (bagas, maçãs tardias, pêssegos, figos). • Pães aromatizados com mel e ervas (pão do Sol). • Doces com mel, bolos de mel e tortas de frutas. • Saladas frescas, legumes grelhados, aves e carnes frias para piqueniques. • Bebidas: vinho branco ou rosé, hidromel, chás gelados infusionados com ervas de Litha, cidras e sucos naturais.

Como em outros sabbaths, consagre os alimentos com intenções e ofereça uma porção ao altar antes de partilhar; o mel, em especial, é um presente do Sol e frequentemente utilizado para ungir e adoçar rituais.


🔰 Rituais Simples de Litha

Rituais acessíveis ajudam a conectar qualquer pessoa à energia do sabbath:

  • 🔥 Fogueira e salto: Acenda um fogo (quando seguro) e pule sobre as brasas em grupo ou simbolicamente sobre uma vela acesa, pedindo purificação e boa sorte.
  • 🌼 Coroa de flores: Faça uma coroa de flores e use-a durante o dia; depois deixe-a no altar ou a devolva à natureza.
  • 🍯 Ofertas de mel e fruta: Ungir alimentos e objetos com mel como oferenda ao Sol; deixe uma porção no altar.
  • 🌞 Saudação ao Sol: Faça uma sequência de posturas ao amanhecer (Saudação ao Sol) para alinhar corpo e espírito com a energia do dia.
  • 🌿 Colheita de ervas: Recolha ervas medicinais na manhã de Litha, se possível, e consagre-as ao Sol para uso ritual ao longo do ano.

🔺 Ritual Completo de Litha

Preparação: Escolha um local ao ar livre ou um altar ensolarado. Decore com flores, frutas, mel, conchas (se desejar), e cristais solares. Use roupas leves e confortáveis. Purifique o espaço com fumaça de ervas solares (lavanda, sálvia suave, verbena).

lançamento do Círculo: Oriente-se aos quatro pontos e invoque os elementos. Declare a intenção: proteção, agradecimento e celebração da abundância.

Manifestações: Manifeste a energia da Deusa Mãe plena e o Deus Rei Sol em seus aspectos de fertilidade, força e luz. Diga palavras de saudação ao Sol: ofereça mel, frutas e vinho ao cálice do altar.

Ação central: Realize uma cerimônia simbólica de fecundidade, como plantar sementes em vasos ou compartilhar pedaços de pão untos com mel entre os participantes, visualizando crescimento e prosperidade. Pode-se também acender uma fogueira e, em segurança, passar uma oferenda pelas chamas (ervas, um papel com intenções positivas).

Meditação e Comunhão: Cante ou recite cânticos ao Sol; pratique uma meditação guiada de absorção da luz. Compartilhe o banquete ritual, lembrando de ofertar a primeira porção ao altar.

Encerramento: Agradeça às divindades e aos elementos, desfaça o círculo com palavras próprias e espalhe as cinzas (se houver fogo controlado) ou devolva as oferendas naturais ao solo como gesto de reciprocidade.


🌞 Simbologia e Ensinamentos de Litha

Litha ensina sobre o ápice da vida — é a celebração do vigor, da abundância e da fecundidade. Em termos simbólicos, é o tempo de reconhecer o poder do Sol que sustenta a vida e, ao mesmo tempo, aceitar que todo auge carrega em si a semente do declínio. A Deusa grávida e o Deus em seu auge representam o equilíbrio entre entrega e colheita: o culminar fecunda o futuro.

Ensinamentos práticos incluem a valorização da gratidão pelas dádivas do planeta, o incentivo à ação (plantar, iniciar projetos) e o lembrar que a prosperidade exige responsabilidade — cuidar da terra, partilhar recursos e honrar ciclos naturais.

“No ápice do Sol encontramos a generosidade da Terra — receba, agradeça e plante o que deseja ver florescer.”

📜 Origens Históricas

Texto adaptado dos ensinamentos de Ágatha Kimura

Litha tem raízes em celebrações do solstício de verão que aparecem em muitas culturas europeias e além. No calendário germânico antigo, Litha aparece entre Erelitha e Afterlitha. Os festivais cristãos medievais (como as festas de São João, em 24 de junho) foram muitas vezes sobrepostos às tradições solares populares, resultando numa mescla de rituais populares e religiosos que perduram em muitas regiões — especialmente em celebrações rurais de fogo, água e colheita de ervas.

Monumentos neolíticos e círculos de pedra frequentemente mostram alinhamentos com o nascer ou pôr do Sol em datas do solstício, evidenciando a longa importância deste período para ritos agrícolas e de passagem. As práticas de colheita de ervas, banhos sagrados e fogueiras são traços continuados dessas antigas observâncias, adaptadas por povos e tradições ao longo dos séculos até as formas neopagãs contemporâneas.


🪶 Lendas

Ao redor do solstício existem inúmeras lendas regionais: histórias de curas milagrosas em fontes e rios na noite do Solstício, contos sobre ervas colhidas que guardam poderes especiais, e narrativas folclóricas sobre fadas e espíritos que emergem em campos floridos. Muitas tradições populares relatam que o que se pede ou se deseja na noite de Litha tem maior probabilidade de manifestação, e que as ervas colhidas naquela madrugada carregam propriedade curativas e mágicas acrescidas pelo Sol.

Outras lendas evocam o Oak King (Rei do Carvalho) e o Holly King (Rei do Azevinho) — arquétipos que se enfrentam e sucedem nas estações: no verão o Oak King reina forte; a partir de Litha, lentamente, a maré vira em direção ao poder do Holly King que se fortalecerá até Yule. Essas histórias servem como metáforas para a roda eterna do ano, onde cada vitória traz sua reversão no tempo certo.


Comentários

Últimos Artigos

O que é a Bruxaria?

Quero ser Bruxa, e agora!?

A Roda do Ano