Patricia Crowther

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Patricia Crowther

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Patricia Dawson Crowther nasceu em 14 de outubro de 1927 em West Yorkshire, Inglaterra, e morreu em 24 de setembro de 2025. Conhecida pelo nome mágico Thelema, foi iniciada por Gerald Gardner, sendo uma das primeiras sacerdotisas gardnerianas. Casou-se com Arnold Crowther, também bruxo, e juntos fundaram um coven.
Ocupação: escritora e artista.


📜 Contexto histórico

Patricia Crowther viveu no mesmo ambiente da Sociedade dos Anos 50 de Gardner. No início da década de 1960, Gardner convidou o casal Crowther para produzir uma revista sobre magia, The Witches Speak (1965), para divulgar eventos do movimento pagão nascente. Eles se estabeleceram em Yorkshire (cobriram partes rurais e industriais do país), trazendo a Wicca para o norte da Inglaterra. Seu tempo foi marcado pelo crescimento do movimento pagão sob a bandeira gardneriana em toda a Grã-Bretanha e na Comunidade Britânica.


📖 Biografia

Iniciada por Gardner no início dos anos 1960, Patricia e Arnold Crowther tornaram-se líderes do recém-formado Coven de Atho (Sheffield). Patricia, às vezes chamada de “primeira Grande Sacerdotisa aposentada” quando se aposentou do sacerdócio ativo, foi popular nas mídias pagãs britânicas. Escreveu para revistas de Wicca e estudou mitologia nórdica e celta para enriquecer os rituais. Em sua vida pessoal, foi amiga de Gerald Gardner e Doreen Valiente, e ajudou a organizar o primeiro Festival Beltane do mundo moderno em 1960 em Whitby.


🔥 Trajetória na bruxaria

Após a iniciação, Patricia Crowther exerceu intenso trabalho de coven. Junto com Arnold, ela incorporou rituais pagãos autênticos (dentro da visão gardneriana) e foi pioneira em transcrever a tradição oral em textos, publicando em forma de boletins internos dos covens. Seu coven em Sheffield realizava celebrações lunares e sazonais baseadas nos oito sabás principais. Na sua atuação cultual, Crowther produziu e adaptou poemas e encantamentos fundidos de várias tradições camponesas. Ela também viajava para ensinar, disseminando práticas de bruxaria pela Grã-Bretanha e assistindo aos festivais pagãos emergentes.


📚 Contribuições

Crowther publicou vários livros e manuais, destacando-se Witchcraft in the New Age (1974), Witchcraft in Yorkshire (1973), uma espécie de diário do coven, e The Witches’ Speak (1965, com seu marido). Nessas obras, além de relatar experiências práticas, ela forneceu instruções claras de feitiços e rituais, contribuindo para difundir a Wicca entre leitores curiosos. Ela foi a primeira mulher a filmar um “ritual de sabá” (com seu marido em 1960), ajudando a popularizar essas celebrações. Ao contrário de Gardner, Crowther enfatizava a reconstrução histórica de velhos mitos pagãos britânicos em seus trabalhos, oferecendo histórias e poesias inspiradas nos contos do Norte da Europa. Seu trabalho editorial pioneiro deu base a futuras publicações wiccanas, tornando-se referência para iniciantes no movimento.


📘 Obras originais

Além das mencionadas, Patricia Crowther escreveu Witch Blood (1974, uma coletânea de informações ritualísticas) e diversos guias de magia básica (Handbook for Witches). Suas obras originais têm o mérito de manter viva a narrativa tradicional de Gardner sobre o cultivo pagão, complementando-a com experiências próprias. Também foram importantes pela linguagem acolhedora: Crowther afirmava que sua escrita era dedicada a guiar novos praticantes na convivência diária com a bruxaria moderna.


🌙 Pensamento e visão

Crowther via a Wicca de forma pragmática e compatível com a vida cotidiana. Ensinava que a bruxaria deveria harmonizar relações pessoais, estimulando o autoaperfeiçoamento através da magia. Dizia que a Deusa e o Deus representavam forças complementares (maternidade e força viril na natureza), enfatizando o equilíbrio de gênero nos rituais, isso diferencia seu estilo do retrato mais litúrgico de Gardner. Valorizava fortemente os aspectos femininos da religião (ela se referia frequentemente à Wicca como “religião da Deusa”), mas sempre colocava a Deusa e o Deus em equilíbrio ritual. Para Patricia, a Wicca era um estilo de vida ancorado em valores éticos simples: amor à natureza, coesão familiar e intuição pessoal como fonte mágicka.


🗝️ Curiosidades documentadas

Uma curiosidade sobre Patricia é seu apelido “Rose Crowther” por sempre usar uma rosa no cabelo, símbolo de devoção à Deusa. Seu marido Arnold tocava violão e escreveu canções pagãs, dando um tom lúdico às reuniões do coven. Eles também inventaram a tradição de apresentar o ritual Beltane com fogueiras em locais históricos (como Whitby Abbey). Durante décadas, Patricia Crother foi saudada em papéis de destaque em grandes encontros pagãos. Ela estudou ativamente a Rede Wiccana e contribuiu para popularizá-la como código de ética prático.


⚖️ Controvérsias e críticas

Patricia Crowther raramente esteve em polêmicas públicas; contava-se que ela mantinha uma postura diplomática dentro da comunidade. A principal “controvérsia” envolve a disputa informal de linhagem com Alex Sanders. Sanders afirmava ter ensinado Crowther, enquanto ela posicionava que seu conhecimento vinha diretamente de Gardner. Além disso, como viúva de Arnold, enfrentou questionamentos sobre a própria autenticidade do coven de Atho após a morte dele. Ela evitava a fama e nunca brigou com outros sacerdotes, o que geralmente lhe rendeu respeito; críticas acadêmicas posteriores simplesmente apontam que muitos dados históricos de seus relatos são difíceis de verificar, mas reconhecem valor ao costume oral que preservou.


🌱 Legado e influência

Patricia Crowther foi fundamental para atrair mulheres e famílias para a Wicca. Como “sacerdotisa aposentada”, continuou orientando covens informais e inspirando milhares com seu exemplo de vida simples e mágicka. No Reino Unido e na Europa, ela ajudou a enraizar a Wicca, especialmente no sul da Inglaterra, tornando-se modelo para grupos familiares de bruxos. Seus livros facilitaram a entrada de novos praticantes na era global da informação. Com seu falecimento em 2025 (aos 97 anos), Patricia era considerada a última sobrevivente da geração fundadora de Gardner e, por isso, uma figura histórica viva, uma honra reforçada por ocupantes de cargos públicos que celebraram seu papel. Seu legado está na transmissão direta da linhagem de Gardner e no tipo de respeito comunitário que permanece nas tradições guardadas por Wiccanos no mundo todo.


🕰️ Linha do tempo

1927: Nascimento de Patricia Crowther na Inglaterra.

1945: Encontro com Arnold Crowther (seu futuro marido) em círculo ocultista.

1955: Provável época de iniciação por Gerald Gardner no coven de Bricket Wood.

1960: Participa da reorganização e do primeiro festival Beltane em Whitby (Northumbria).

1965: Publicação de The Witches Speak (revista da Nova Era das Bruxas) com Arnold.

1973: Lança Witchcraft in Yorkshire.

1974: Publica Witchcraft in the New Age.

2025: Morre, deixando a linhagem Gardneriana britânica estabilizada e atuante.


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