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Os Instrumentos Wiccanos

Atualizado: 18 de mai.

Na Wicca, todos os elementos do ritual são sagrados e manifestam o divino imanente na natureza e no próprio praticante. O altar é o ponto focal dos rituais, especialmente nos oito Sabbats e treze Esbats que giram a Roda do Ano. Nele colocam-se representações do casal divino, dos quatro Elementos: Ar, Fogo, Água, Terra e objetos simbólicos como estátuas, velas, sal, água, etc. Em vez de canalizar forças externas, essas ferramentas permitem reconhecer a energia sagrada já presente em nós e no mundo natural. Por exemplo, um pentáculo não “puxa” poder de fora, mas lembra que a natureza já contém os quatro Elementos e o Espírito que nos animam.


Já começamos enfatizando! Instrumentos são ferramentas de auxílio, meios físicos para facilitar trabalhos mentais e energéticos. Para FACILITAR e não para possibilitar os trabalhos!Uma Bruxa deve primeiro dominar seu corpo, sua mente e energia e assim aprender a trabalhar com a magia usando apenas isso, o que já é mais do que suficiente.

O altar wiccano costuma exibir a Roda do Ano e itens sagrados e elementos do sabá vigente. Nele, os objetos representam forças naturais e arquetípicas. A imagem acima mostra um altar com velas, cristais e o diagrama da Roda do Ano, em que cada sabá e rito lunar está associado a aspectos cíclicos da vida.

Os Instrumentos Mágickos que as bruxas usam são, em sumo, extensões de si mesma em três diferentes níveis: física, mental e energética. Uma varinha, por exemplo, é a extensão física de seu braço, a extensão mental de sua consciência e a extensão energética do seu poder. No caso da Wicca, os instrumentos por serem extensões da bruxa, do iniciado, é também a extensão do Deus e da Deusa, a varinha que estende a consciência, o poder e o corpo físico da bruxa também estende o elemento Fogo da ação e transmutação do Deus, assim como o elemento Terra da força e criação da Deusa. Mais do que formas representativas, são também as três formas pela qual a magia flui, a magia flui pelo desejo e necessidade, flui pela mente e a manipulação que ela exerce e a magia flui pela matéria física e espaço, a unificação desses três níveis constroem a realidade onde podemos trabalhar com a magia, onde vivemos e onde trabalhamos magickamente.


É importante destacar também que instrumentos não serem realmente necessários para a execução dos trabalhos e rituais, não diminui em nada a importância, o valor e a história dos instrumentos e logo abaixo vai perceber que são muito comuns, são instrumentos de trabalho do dia a dia, utensílios de casa, sobretudo da cozinha. Vamos tentar resgatar um pouco da história e possível origem, assim como a evolução aos dias atuais e sua integração com a Bruxaria Moderna, a Wicca.

Conheça mais sobre o Altar clicando aqui

Ferramentas Clássicas

PENTÁCULO

uma estrela de cinco pontas circunscrita – é o símbolo universal da Arte. Cada ponta da estrela representa um dos quatro elementos clássicos (Ar, Fogo, Água, Terra) e o quinto elemento, o Espírito, a Energia, a Mente, tudo aquilo que é intangível. No grande esquema, representa a vida e o equilíbrio das energias naturais. Sobre o altar, ele é geralmente feito em metal ou madeira e usado para energizar ervas, cristais e outros talismãs antes do uso, como ponto focal da energia do altar, como um potencializador para o praticante, seu uso é extremamente flexível e adaptável. O círculo que envolve a estrela representa a totalidade e a eternidade do divino que permeia tudo. Muitos wiccanos usam pentáculos como talismãs pessoais, lembrando que somos parte desse ciclo dos Elementos. Representa a vida, o mistério, o equilíbrio e os diferentes níveis de existência. O pentáculo serve como o símbolo universal da Arte, porém vale lembrar que é um símbolo, assim como o pentagrama, muito difundido e utilizado em diversas religiões, sistemas e tradições alheias à wicca ou bruxaria e com significados totalmente diferentes. Wiccanos e Bruxas tendem a usar um pentáculo como um pingente em um colar, um símbolo em um anel e até como tatuagem.

Mas o que é esse símbolo e qual é a mensagem que ele realmente transmite dentro da nossa tradição?


O ar está associado ao pensamento. Os pensamentos entram e saem de nossas mentes assim como uma leve brisa flui através de nossos cabelos. Os pensamentos são o início das ações, assim como o amanhecer representa o início de coisas novas e os Wiccanos associam o ar ao amanhecer. Além disso, o ar se relaciona com a direção leste. Leste é onde o sol nasce e começa o dia.


O fogo está associado à ação. Além de nos manter aquecidos, é a faísca que nos põe em movimento. Motiva nossa vontade produzindo resultados no plano físico. O fogo também está associado à direção sul. Nossos ancestrais (da Europa) entenderam que indo para o Sul, as terras eram mais quentes.


A água está associada à emoção que flui através de nós. Todo pensamento cria sentimentos. Lembramos da comida da vovó e ficamos com aquela sensação de calor por dentro, ou lembramos daquela briga com nosso parceiro que nos deixou tão bravos! A água está associada ao Ocidente, que está associado à travessia do Rio Estige (mitologia grega) e à ida à terra dos mortos. Durante os rituais deixamos um recipiente com água purificada sobre o altar.


A Terra está associada à estabilidade e à sua função de base para outras coisas. A Terra nos mantém estáveis ​​e muitas vezes representa as muitas coisas mundanas que precisamos na vida. A Terra representa a fisicalidade de nossos corpos e o solo em que estamos. A direção da Terra é Norte e é representada por montanhas, rochas, cristais e afins.


A Energia é o elemento que une o resto. É a nossa energia que compartilhamos com o todo e com os Deuses, que nos torna vivos e conscientes. Você não pode ter vida sem os outros quatro elementos. Precisamos de ar para respirar, fogo para nos aquecer e água para beber e dos nutrientes da terra para nos alimentar. Precisamos da fisicalidade de nossos corpos para interagir com nosso entorno. Mas não podemos ser verdadeiramente nós sem isso. O que é uma alma? É um pedaço dos Deuses que eles colocam dentro de tudo o que é vivo. Esta alma anima nosso Ar, Fogo, Água e Terra.


O círculo que envolve tudo representa essa totalidade, essa perfeição e o que costura todos os elementos e permite que o quinto elemento anime o conjunto em um ser vivo, racional, emocional, consciente e etc. O círculo representa o divino, o completo, o eterno sem começo, meio ou fim, o que flui por todos os elementos e os relaciona.


O pentáculo é usado geralmente no centro do altar como ponto de maior concentração de energias, o ponto de conexão, o catalizador, o potencializador, o energizador. É o ponto onde colocamos ofertas, onde fazemos os pedidos, onde energizamos nossos instrumentos, nossa água, nossos símbolos. Tradicionalmente é feito de Ouro ou Cobre, porém isso não é regra e é sabido que pode ser feito de literalmente qualquer material.


ATHAME

Pronúncia: a-tã-me

Uma das ferramentas mais usadas na Wicca, o athame é uma adaga ritual que usamos para canalizar e direcionar energia. É um instrumento com potência masculina relacionada aos elementos Fogo e Ar. O Athame é uma adaga com lâmina dupla e cabo preto, o tamanho ou o material não é especificado, podendo ser também utilizado uma espada em seu lugar

Sua lâmina dupla é usada para cortar energias em todas as direções e realizar banimentos ou mesmo outros trabalhos com energia, convertendo-as em novas intenções e redirecionando à outras funções , simboliza força e expressa a vontade do iniciado. A lâmina pode ser usada para talhar e marcar objetos ritualísticos como símbolos em velas, madeira ou no chão, fechar um círculo mágicko e muitas outras aplicações práticas.

Cada face da lâmina é adornada com símbolos mágickos de evocação e banimento.

O athame é usado para canalizar a energia que você eleva para onde você precisa que ela vá. Isso pode estar enviando energia para consagrar algo.


O athame geralmente é segurado em sua mão dominante, porque esta é geralmente a mão que a maioria das pessoas usa para “empurrar” energia. Então, empurrar a energia para fora e direcioná-la com o athame é o próximo passo natural.

Vale destacar também que o athame não é usado para cortes físicos literais, como em sacrifícios, alguns covens utilizam o athame com o fio cego, mas isso é opcional. A ponta do athame pode ser utilizada para fazer marcas, mas não para cortes.


BOLINE

O boline é uma faca de lâmina curva de cabo branco geralmente. Utilizado para cortes rituais do cotidiano. Serve para colher ervas, desenhar símbolos em velas, confeccionar talismãs e preparar ingredientes. Ao contrário do athame, o boline é usado para cortar fisicamente itens terrenos destinados à magia. Em muitas tradições ele é confeccionado em prata ou aço branco e às vezes tem formato de meia-lua. Em suma, é a “faca branca” de trabalho do bruxo, respeitando que somente instrumentos consagrados toquem a matéria viva.

VARINHA

As varinhas vêm em praticamente qualquer forma, de estreita a curva, como um galho de árvore retorcido. As pessoas fazem varinhas de quase tudo, desde um cristal, um galho, um bambu, uma canela, um osso ou mesmo de metal. Podemos empunhar uma varinha formada com uma combinação desses materiais também, como madeira com fios de metal e ponta de cristal, por exemplo.

Como uma ferramenta com potência masculina e associada ao Fogo, as vezes ao Ar, a varinha funciona como o athame. Mas onde o athame é uma ferramenta mais incisiva, a varinha é mais suave e tênue em sua abordagem. Você usa a varinha, como o athame, para direcionar a energia de você para uma coisa, lugar ou objetivo. Você pode direcionar energia para uma vela, uma pessoa e, pode lançar um círculo com a varinha, enfim, pode direcionar sua intenção e energia para qualquer que seja o objetivo. Eu sinto que o athame é uma ferramenta muito melhor para lançar círculos; dá-lhe muito mais proteção do que a varinha, isso pela lâmina fazer o corte energético de dentro do círculo com o que está ficando de fora dele, mas isso não é uma regra e você pode experimentar fazer essa associação.


Tradicionalmente a varinha deve ter o mesmo tamanho do antebraço de seu dono, indo pela parte interna do antebraço até a ponta do dedo médio. Devendo evitar pontas grossas, irregulares ou bifurcadas, evitando de usar materiais isolantes como plástico, borracha, massa epóxi e coisas do tipo.


Caldeirão

É um instrumento com potência feminina relacionado ao elemento Terra. É, em poucas palavras, o útero da Deusa, da terra, a origem da vida. Seu simbolismo com a cor preta do ferro e o interior arredondado onde alimento é transformado, onde fogo arde para criar e transformar a matéria, prepara o alimento remete ao escuro e ao calor do útero, a fonte da vida, nossa primeira morada. Tradicionalmente feito de ferro e possui três pés, que além de garantir estabilidade e segurança no uso, trás lembrança ás três faces da Deusa, a jovem virgem, a mulher fértil e a anciã sábia. O Tamanho dele pode variar de acordo com sua prática, se você pratica de forma solitária, um caldeirão de um ou dois litros já será grande o suficiente, se pratica em grupo, caldeirões maiores podem ser mais adequados.

Seu uso é o de uma panela, são preparados os alimentos ritualísticos, as poções, algumas bebidas e misturas, além de podermos queimar feitiços, incensos, materiais de rituais e qualquer outra coisa, como as bonecas de milho, cordas de pedidos, cruz de Brigid que realizamos em celebrações passadas. É o instrumento de criação, transformação, abundância, cheia e fertilidade. Também é associado ao fogo. Aconselho que tenha pelo menos dois caldeirões, um para alimentos e bebidas e o outro para as queimas e receitas não comestíveis, podendo até cada um ser consagrado a um elemento, um à terra e outro ao fogo.


CÁLICE - ÁGUA

A taça ou mesmo um cálice ou até um copo, é uma ferramenta importante e pode ser feito de praticamente qualquer coisa; vidro, metal, cristal ou até madeira e relacionadas à água. Simboliza a vida, fertilidade, o fluxo feminino, sobretudo quando usamos vinho ou bebidas que remetem ao sangue.


Normalmente colocamos água, sucos naturais ou vinho e até hidromel na taça dependendo do ritual, da celebração e também do que você gosta de beber. Algumas pessoas são alérgicas ao álcool ou simplesmente optam por não beber e tudo bem. O mesmo com algum suco, eu mesmo não gosto de suco de maça, então vou substituir a maça de meus ritos, é melhor do que usar e ofertar algo que eu não gosto e que durante a celebração eu irei achar ruim e me sentir mal, não faz sentido forçar o consumo de algo.


Depois de derramarmos a bebida no cálice, usamos uma cerimônia para abençoá-la. Depois disso, despejamos uma porção de vinho em uma tigela pequena como uma libação para os deuses, pode ser feito também em taças exclusivas para eles também. Exclamamos então: “Aos Deuses!”. Depois disso, bebemos.


Se sua cerimônia incluir mais de uma pessoa (se você não estiver praticando como solitário), a taça é passada de uma pessoa para outra enquanto diz: “Que você nunca tenha sede”. A pessoa que recebe o cálice responde: “Que assim seja”. E claro gente, em tempos de Corona Vírus, que não vai passar tão cedo, cada um ter sua taça é o ideal e não atrapalha em nada a celebração, podendo até ter um grade brinde.


INCENSO - AR

O incenso representa o ar quando queimado. Nós queimamos incenso em um incensário, no caso nada místico, apenas pra evitar sujeiras e possíveis incêndios em casa. O incensário é apenas o recipiente, o importante é o incenso, em especial sua fumaça.

Existem muitos tipos de incensos, mas três formas principais incluem resina, ramos de ervas e incenso. Você pode escolher entre vários queimadores, usados ​​para queimar cada tipo diferente de incenso. O incenso tem estas formas:


Resina – São extraídos da seiva de plantas aromáticas e resinosas. O incenso geralmente vem como uma forma de cascalho de resina, mas nem sempre. Mirra e Olíbano são incensos de resina bem conhecidos e fáceis de encontrar. Você precisa de carvão para queimar incenso de resina, aqueles discos de carvão para Narguilé são perfeitos para queima desse tipo de incenso e outros também. Esse carvão geralmente vem em uma embalagem em forma de tubo redondo e cada pedaço de carvão parece uma almofada redonda com um recuo para o incenso bruto. A resina deve ser queimada em uma tigela à prova de fogo ou em um caldeirão. Certifique-se de encher o recipiente com areia ou pequenas pedras. Em seguida, coloque o carvão em cima da areia e acenda o carvão. Agora espere até que todo o pedaço de carvão arda. Em seguida, coloque cuidadosamente o incenso sobre ele. Uma pedrinha de resina faz muita fumaça geralmente, então faça o teste antes pra ver a quantidade ideal que você precisa de fumaça.


Ramos de Ervas - Basicamente são plantas, raízes e madeiras aromáticas que podem ser acesas para fazer a fumaça. Pode-se usar o carvão também e colocar a madeira, sementes, erva em pó para queimar da mesma forma que se faz com a resina.

Para secar ervas temos que tomar cuidado para fazer da maneira correta e evitar fungos no incenso. 1. Escolha a erva adequada. 2. Colha antes do amanhecer, isso preserva o óleo essencial. 3. Amarre os ramos somente pela base. 4. Deixe pendurado em local seco, bem ventilado e protegido do sol para secar. 5. Só depois de secas, devemos amarrar os ramos em forma de charuto. 6. Dê vários nós com linha pelo incenso para evitar dele abrir durante a queima. Dica: Nós apertados fazem incenso duradouro e pouca fumaça. Nós folgados fazem incenso menos duradouros e com mais fumaça. Para acender basta colocar fogo na ponta e assoprar um pouco até criar brasa.


Incenso - Temos também aqueles incensos de carvão em forma de varetas que são bem conhecidos. NÃO o usem. São feitos de carvão e essência sintética. Faça uma pesquisa antes da compra e prefira marcas que usem ÓLEO ESSENCIAL (não essências) em seus incensos, isso garante que estarão usando material colhido de ervas naturais, com propriedades. Geralmente são um pouco mais caros em comparação aos sintéticos que custam de 1 a 2 reais, mas valem o investimento.


Agora de volta ao ar, que é um elemento masculino. Combinamos nosso incenso com o outro elemento masculino, o fogo, para criar a fumaça que representa o Ar. Essa fumaça de incenso é então usada para carregar e abençoar coisas e pessoas, ou mesmo para limpar e banir. O Ar, os ventos podem trazer, podem levar embora, podem renovar, podem fazer todo esse fluxo. A matéria prima determina também seu uso e suas propriedades, então pesquisar sobre as ervas é bem interessante para o uso de incensos da melhor maneira.

Você também pode fazer uso de ramos de ervas para abanar e espalhar a fumaça, fazer um leque de penas de aves para movimentar o vento e 'varrer' o ar.


SAL - TERRA

Usamos o sal para representar a Terra, e é uma potência feminina.

Sal (Cloreto de Sódio) é um mineral, ou seja, um cristal, e como todo cristal ele também deve ser purificado, "energizado" e programado, a palavra entre aspas, porque a energização do sal é um pouco diferente para o uso ritualístico.

A purificação do sal segue basicamente um ritual de banimento completo, precisamos deixar esse sal totalmente limpo para exercer sua função, um completo exorcismo. A energização segue apenas para fazer uma consagração e uma ativação de sua programação.

Misturado com a Água purificada é um excelente instrumento de limpeza.


O sal antigamente já teve valor equivalente ao do ouro e de terras, era um artigo de luxo. Então é um mito que bruxas jogavam sal no chão, nos cristais, ao redor da casa, enfim qualquer forma de "desperdício" desse ouro branco. Nossos ancestrais aplicavam sal para curar sua carne e funcionou como um dos primeiros conservantes usados, como é até hoje.


Nos rituais é usado para abençoar, proteger, limpar, purificar e também para selar feitiços, locais e pessoas.

E você pode simplesmente trocar o sal por terra mesmo, areia, cascalho de cristais e coisas relacionadas, claro, desde que a forma se adeque ao uso, mas a representação, o elemento e todo o simbolismo e carga empregada é o mesmo.


VELA - FOGO

O fogo é a centelha da vida! Como elemento masculino, o fogo é incluído como chama da vela acesa em nosso altar.

O elemento fogo, dependendo de sua aplicação pode criar, pode transmutar, transformar ou destruir. O fogo aceso em nossa cozinha por exemplo, ele transforma grãos duros e indigestos em alimento macio, em nutrição para o corpo em forma de vitaminas e nutrientes. Já o fogo em uma forja, transforma ferro mineral da terra em instrumentos, em máquinas, em edifícios e etc. O fogo em uma mata, destrói e consome tudo o que toca. O fogo em um motor transmuta energias de diversas formas. Então o fogo é versátil, pode ser controlado para diversos fins dependendo de nossos objetivos, sabendo aplicar e dosar seu calor e sua atividade.

Temos uma vela principal, que não fica exatamente em nosso altar, é usada somente nos rituais, vamos aprofundar um pouco o assunto sobre ela em outro momento.

Também é comum, termos duas velas, uma para A Deusa e outra para O Deus acesas quando precisamos de um canal direto com eles, seja para puxar a lua ou o sol, para agradecer, para celebrar ou qualquer outra atividade com a presença Deles.


LIVRO DAS SOMBRAS

Se todos os instrumentos são auxiliares, esse eu costumo dizer que é um item obrigatório.

É simplesmente seu caderno de estudos, onde você anota aprendizados, conceitos, definições, fundamentos sobre magia, feitiçaria e sobre a tradição, além de experiências pessoais, práticas realizadas, pensamentos e tudo mais o que possa auxiliar os estudos e aprendizado. É o seu caderno da escola. O Interessante é que se você não pode ter um livro físico por algum motivo, você pode simplesmente montar um arquivo digital, o importante é o conteúdo e o aprendizado.

Há também outros livros importantes, como o Diário de Sonhos onde você anota todas o seus sonhos e faz estudos arquétipos dos sinais e significados para autoconhecimento; o Livro Espelho, que é utilizado para um autoconhecimento mais profundo, utilizado em meditações, anotações de experiências astrais, evoluções e desenvolvimentos em técnicas gerais; Grimórios onde se encontram receitas mais elaboradas, rituais, estruturas ritualísticas e guias. Além de outros, dependendo da tradição.

OUTROS INSTRUMENTOS

VASSOURA

A vassoura ritual, também chamada besom, simboliza a purificação do espaço sagrado. Feita tradicionalmente de galhos de árvore (como bétula ou salgueiro) atados, ela é usada antes de fechar o círculo para “varrer” energeticamente o recinto, removendo energias estagnadas ou indesejadas ao ritual. Esse ato não é uma varredura física propriamente dita – os vassoureiros etéreos não tocam o solo –, mas um gesto simbólico de limpeza espiritual. Em virtude desse papel purificador, a besom está associada ao elemento Água e à Deusa que rege as marés emocionais. Após o ritual, muitos ainda usam a vassoura para abrir o círculo, dissipando o que ficou. Vale lembrar que a vassoura consagrada não deve servir para limpeza doméstica comum.


SINO

O sino representa o elemento Ar e a voz do divino. Ao tocar o sino abre-se e fecha-se formalmente o ritual, marcando a transição entre o mundano e o sagrado. Seu som claro afasta dispersa energias densas e chama a atenção dos iniciados para momentos importantes. Em alguns ritos ele também anuncia a puxada dos Deuses ou o retorno de consciência ao final da cerimônia. Ainda que opcional, o uso do sino no altar simboliza a presença do Ar invisível que liga e abre caminhos para as energias.


ESPADA

A espada cerimonial, embora rara na Wicca moderna, às vezes figura em covens tradicionais. É essencialmente um athame maior, usado por líderes iniciados em ritos de grande porte. Sua função mística coincide com a do athame (lançar círculos, representar autoridade, direcionamento), mas poucos wiccanos a utilizam devido a riscos práticos. Muitos autores apontam que não é necessária se já se tem o athame, de modo que é comum compartilharem-se espadas cerimoniais em covens ou simplesmente não ter uma.


CORDAS

As cordas rituais são usadas principalmente em iniciações. Tradicionalmente trançadas à mão em fibras naturais, com cerca de 3 metros (símbolo do “três vezes três” na Wicca), elas formam um cinturão ou colar dado ao iniciado em cada grau. Além de adornar, marcam a dedicação e servem como instrumento mágico: dobradas ao meio, medem o raio do círculo ritual, e são usadas em magia de nós – apertar e desfazer nós libera energia concentrada nos desejos do mago. Em alguns ritos antigos até figuravam práticas de disciplina corporal, mas hoje sua presença é mais cerimonial e simbólica.


ESPELHO MÁGICKO

Usado para adivinhação e reflexão interna. Tradicionalmente feito de metal polido ou vidro enegrecido, o espelho concentra a atenção do praticante, permitindo visões intuitivas ou metáforas oníricas. Simboliza o “espelho da alma” e a clarividência (elemento Água/espírito).


VESTIMENTAS

Vestes ritualísticas (capas, túnicas, manto, etc.) ajudam a diferenciar o espaço sagrado. Em ritos, o bruxo pode vestir uma capa preta às vezes decorada com símbolos lunares ou do próprio ritual. Não são obrigatórias, mas usados para criar reverência e foco mágico.


Consagração, Purificação e Cuidados

Antes de usar qualquer instrumento, deve-se limpar e consagrar a ferramenta para o propósito mágicko. Isso pode ser feito com sal grosso, água, incenso ou orações específicas para imbuir o objeto com intenção sagrada. Uma vez consagrado, cada item “carrega” a energia do praticante: por isso só deve ser usado por ele, ou do grupo em rituais de covens.


Além do caráter ritual, há cuidados práticos. Por exemplo, o besom recém consagrada não deve ser usada na limpeza doméstica rotineira, sob risco de dissipar sua energia. Instrumentos de metal (athame, boline, pentáculo) devem ser guardados em local limpo e protegidos (às vezes enrolados em tecido branco), e tocados após rituais com mãos ungidas ou limpas. Após cada cerimônia, pode-se purificar o altar e as ferramentas com fumaça de sálvia ou incenso, encerrando o espaço sagrado.


O uso desses objetos também acompanha a Roda do Ano. Em cada Sabbat, coloca-se no altar itens apropriados, e nos Esbats de lua cheia, destaca-se o cálice com água lunar consagrada. Em todas essas festas, os instrumentos servem de elo entre o praticante e os ritmos cíclicos da natureza – afinal, na Wicca cada ferramenta é um corpo, cada matéria é sagrada e cada gesto invoca o divino imanente em nós e ao nosso redor.


DESCARTE

Os instrumentos vão e vem, conforme evoluímos na arte, nossos objetos tendem a acompanhar esse fluxo... seja um caldeirão maior, uma varinha nova ou com um detalhe diferente, uma nova adaga e etc... Nisso, bate a dúvida do quê fazer com o instrumento antigo. Bom, o primeiro passo é uma limpeza e um banimento para cortar o vínculo com você e desfazer a consagração, tornando-o apenas um objeto comum novamente.

Quer dar de presente para um amigo que esteja estudando ou praticando a arte também? Vá fundo, aposto que quem o receber, vai amar e cuidar muito bem.

Algum objeto quebrou? Simplesmente jogue-o no lixo ou para reciclagem, nada de largar na natureza e poluir ou colocar animais em perigo.

Alguém roubou ou sumiu? Faça o banimento normalmente como faria com o objeto em mãos.

Quer simplesmente trocar um objeto por outro? Faça! Você pode usar o objeto antigo em sua casa normalmente.

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