A História da Bruxaria em Três Tempos
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A História da Bruxaria em Três Tempos
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Uma jornada ancestral através da magia, da fé e da sobrevivência
Quem foi a primeira bruxa? Quando foi que ela viveu? Quem deu início às tradições?
Não podemos saber com exatidão — tudo o que temos são resquícios pré-históricos que atribuímos às primeiras formas de culto a divindades, à natureza ou expressões artísticas envolvendo vontades e desejos... e por que não já definirmos como magia? ✨
Seria o domínio do fogo 🔥 o primeiro passo para compreendermos e dominarmos a natureza, seus elementos e energias até então temidas, não compreendidas e devastadoras para nossos ancestrais?
Pinturas Rupestres poderiam facilmente ser formas de sigilos mágicos 🪶 para bons resultados em caçadas, buscas por alimentos e territórios. São os primeiros registros do culto e da importância do fogo — o primeiro passo para tudo o que vivenciamos em todos os momentos da história até hoje.
Cerca de 60 milênios atrás já possuíamos ritos funerários. Nossos parentes Homo sapiens enterravam seus mortos com objetos pessoais, armas, tinturas em suas vestes e pele, além de pequenas esculturas com formas animais e fálicas.
Seria ali o nascimento do conceito de alma? 🌙
O nascimento da religião?
O nascimento do xamanismo totêmico?
Talvez sim — mas ainda há muito que o tempo oculta em sua poeira.
Expressões artísticas se mostraram presentes em todas as culturas antigas. Os primeiros registros de um culto, desejo ou admiração às mulheres vemos nas estatuetas de Vênus de Willendorf (28 a 22 milênios a.E.C.), mostrando corpos femininos com grandes quadris e seios fartos — como se quisessem registrar a importância da mulher e sua capacidade de gerar vida 🌸.
Podemos presumir que essa jornada de descobertas e enfrentamento da natureza foi algo assustador aos primeiros humanos 🌍. O desconhecido, o selvagem, a luta pela sobrevivência moldando gerações e direcionando a humanidade às crenças e cultos que se estabeleceriam em todo o mundo.
A Natureza — assustadora e bela — que podia ceifar vidas com o frio, catástrofes ou doenças, mas também oferecer alimento, abrigo e cura 🌿. Aos olhos humanos, esse equilíbrio moldou o conceito de divindade e deu aos ancestrais seus primeiros deuses e deusas, manifestações dessa natureza viva e sagrada.
Com o domínio da agricultura 🌾, a sobrevivência se tornou menos difícil e a espiritualidade floresceu. Formaram-se os panteões do Egito, da Grécia, da Irlanda e de tantos outros povos.
Nessas sociedades, sempre houve destaque para aqueles que compreendiam a natureza e conversavam com seus espíritos — fossem curandeiros, sacerdotisas, ou simplesmente bruxas 🕯️. Eram respeitadas, procuradas por reis, sacerdotes e governantes por seus conselhos e curas.
As bruxas sempre foram mais requisitadas, necessárias e respeitadas do que temidas.
Mas tudo mudou com o nascer de uma nova religião...
🌒 A Era da Perseguição
Com o surgimento das primeiras formas do Cristianismo, vemos mudanças profundas na história. Enquanto a nova fé crescia, a natureza — e sobretudo o feminino — passou a ser visto como algo errado e pecaminoso.
Em 197, Tertuliano declara a mulher como culpada pelos pecados dos homens. Em 325, o Cristianismo nasce oficialmente no Concílio de Niceia, quando Constantino proclama a natureza divina de Jesus Cristo ✝️.
Em 900, Regino de Prüm afirma que mulheres se casam com o diabo e dançam à noite com a deusa Diana — agora demonizada. Em 1022, as primeiras execuções por “heresia” acontecem, e o estereótipo da bruxa nasce: velha, perversa, herege.
Em 1231, a Inquisição Papal é regulamentada, autorizando o Estado a executar pessoas por heresia ou falta de fé cristã. Em 1324, ocorre a primeira “caça a uma bruxa” — Alice Kyteler — acusada falsamente e forçada ao exílio.
Entre 1400 e 1700, a histeria explode. Em 1486, surge o infame Malleus Maleficarum 📖 — manual de tortura e execução de bruxas. O medo e a intolerância causam mais de meio bilhão de mortes, cerca de 85% mulheres. Até mesmo animais foram acusados e mortos.
Em Salem (1692–1693), 200 pessoas foram acusadas de bruxaria; 19 executadas injustamente. A histeria atravessou oceanos, permanecendo em mentalidades até hoje, nas sombras do preconceito e do medo.
🌕 O Renascimento da Bruxaria Moderna
O mundo finalmente se acalmava quanto ao ocultismo. Após séculos de escuridão, novas ciências e tecnologias surgiam — e com elas, um novo olhar sobre a magia 🔮.
Em 1951, a Inglaterra revoga a Lei Antibruxaria, pouco após a última execução oficial. Esse marco abriu caminho para uma nova geração de bruxas e bruxos.
Gerald Gardner ousou apresentar-se publicamente como praticante de bruxaria, revelando ao mundo uma nova antiga religião: a Wicca 🌙 — baseada em práticas e crenças antigas, agora moldadas em uma nova forma de espiritualidade moderna.
Sua coragem inspirou outros — como Alex Sanders, fundador da Wicca Alexandrina — que adaptou os rituais gardnerianos e expandiu a prática.
Em 1972, Mary Nesnick, estudiosa das práticas de Gardner e Sanders, criou a Tradição de Bruxaria Moderna Algard 🌕, unindo aspectos da Wicca e da Bruxaria tradicional em um novo caminho espiritual que ecoa até hoje.
🌿 “Nossa história é feita de cada passo dado no passado — e de cada chama que ainda mantemos acesa.” 🔥

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